Parou diante daquele sorriso. Atitude tola, mas não conseguiu evitar o ridículo. Achou irônico que um simples sorriso desarmasse seu impulso de voltar ao desconforto do quarto. Percebeu que não havia mais sorriso, pois a moça já havia baixado o olhar e voltado à leitura que fazia. No entanto, a sensação ficara. Sentiu-se extremamente tolo. E limitado.
E pensou.
E teve raiva do seu excesso de análise.
- E se eu apenas fosse de uma vez?
Percebeu que a sensação era de urgência. Aquele sorriso simbolizava tudo o que perdera e estava com medo de conseguir a liberdade de volta. Fitou a moça, que parecia meditar no que lia. Ela parecia feliz. Parecia viva! Sabia que andar lá fora era um tiro no escuro, mas o que custava arriscar?
- Estou no escuro de qualquer forma...
Um pé pra fora do quarto. Ela sorriu novamente.
E não conseguiu evitar sorrir de volta.
Sabia que o resto era apenas história.
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