quinta-feira, 13 de junho de 2013

Perdoai as nossas transgressões



Uma mão estendida
Em forma de súplica
Não garante perdão

Mas um olhar vazio
E um sorriso dissimulado
Geram coisa pior

Uma mão levantada
Um gesto impensado?
Reina o terror

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Não nos dê o pão de cada dia



Insatisfeito, querer mais é seu motivo
Sua vida é simples ganância
Os bens de uma vida confortável
Nada mais quer.

A lição tão desprezada por ele
Tornar-se-á fina ironia
Viver de forma despreocupada
É tudo o que quer.

Volta para casa, vira a chave na porta
Um calafrio percorre a espinha
Pois ouve o som de passos abafados
O inesperado quebra o querer.

A imagem tão nítida de traição:
- Por acaso, tudo não tinha?
Logo sente o gosto amargo do pão
E entende o poder de não ver.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Da terra, visão dos céus



Passo perfeito, salto magnífico
Os céus contemplam sua dança
Tudo se encaminha para um final esplêndido
Por que não é?

Não há mais ar, não há mais fôlego
O sangue logo enche os seus pulmões
Em vão, as mãos buscam conforto
Por que não encontram?

Teme o fim, não fecha os olhos
- Melhor seria se tivesse fechado!
Percebe, então, em sua agonia
Um olhar altivo, vindo de cima

Sabe que o inevitável fim se aproxima
E, num último ato, abraça a terra
Não encara o olhar, sem esperança
Pois sabe que, em breve, estará ali.