segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sentido



Há tempos em que você se acomoda. São tempos em que o pretérito domina a vida e o som dos sinos de outrora era apenas fantasia. Não existe sol, luz, calor ou som. O nada se torna aquilo que lhe completa. Surgem as tais questões sobre a vida, mas que vida? Levantar e ativar o modo de espera constitui vida? Ou agir determina o ser? 

Ser ou não ser?

A vida te chama à prática. A vida exige prazos e encerra ciclos. Demanda que cresças, que te tornes útil. Imperativa, força-te a ser alguém, mesmo que tu não saibas quem és. Não precisas de personalidade, precisas ter pressa. O tempo não anda a teu favor. Tu irás perder tempo com devaneios? Não vês que os papéis se acumulam, que as pessoas passam, que o relógio anda e tu ainda estás parado?

Ser por ser?

Não sei o que ainda faço aqui. Penso que o mundo está andando depressa demais e eu vou andando num ritmo lento. Aprecio o mistério de apreciar o tempo, enquanto as pessoas apenas correm os olhos por ele. Culpa, dor, lamento, sacrifício e fardo... Elas querem levá-los, mas sei que não devo. Penso no julgamento e não me declaro culpado. Exclamo minha inocência em curta resposta:

- Não ser!

3 comentários:

  1. Já assisti esse filme na minha vida...

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  2. Ai você terminar de ler e para de respirar por alguns segundos... Gosto dessa sensação que incomoda!

    "Ser por ser?
    (...) - Não ser!"

    Tem graça, ainda, dizer o quanto ficou demais?! ^^

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    Respostas
    1. Claro que tem, ainda mais porque eu sei que seu elogio é sincero! :D

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