segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Desgosto




Era nítido que ela estava ali. Não poderia simplesmente ignorá-la, não é? Não como ela havia feito... Mas o que fazer? Esperar? De novo?! Calma, esse som não pode ser tão intenso e descompassado... Mas a pergunta ainda era a mesma: o que fazer? Apenas sabia que não consideraria a espera.

- Desligar-se?

Não era vingança? Sempre pensando no que os outros pensariam, mas nunca o admitindo... Andava cansado de dar satisfação e queria apenas desistir. De uma vez por todas. O problema era a expectativa alheia. E doía saber que se fosse embora, ela não sentiria. Sabia que iria sobreviver, pois já passara por isso, mas doía. Ainda dói. Certo?

É por isso que ele sempre entra nessa crescente.
De frases curtas e rápidas. Quase imperativas.
É por isso que ele sugere que o começo sempre mostra o fim e, por isso, nem sempre o final é feliz.
O que o aguarda? Não sabe.
Por ora, apenas o velho som melancólico.

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