Tocava uma melodia suave e rápida. Ao longo do caminho, ia errando acordes e tempos... Mas nunca havia tocado uma canção com tanta intensidade, com tanta alegria. Era uma canção desajeitada, mas cheia de sentimento. E isso importava.
Ela dançava a cada novo som que saía daquele piano. Os passos preenchiam os erros de execução e todos os acordes desafinados que ressoavam pela sala. Cada movimento dela era invejável, parecia que tinha ensaiado durante anos para aquele momento... Era a dança perfeita para uma música tão pobre.
Mas pobre para quem?
Agora que a encontrara, não queria mais deixá-la ir. Foi necessário que ela desse o passo decisivo para que a música terminasse. Ele deu o acorde final e encheu-se de medo, mas ela não quis ir embora.
Ele ficou feliz. Sentiu-se inundado pela vida. A vida que é sinônimo de amor.
E adorou a canção.
E cada movimento doce dela.
Olhou nos olhos da dançarina.
Vivace.
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