quinta-feira, 21 de maio de 2015

O ressoar dos sinos

Corre, escuta o ressoar dos sinos:
- Salvem-se todos, salvem-se...
E na insana dança dos meninos,
O som gélido de destruição e morte.

Corre, atenta ao ressoar dos sinos:
- Salvam-se poucos, salvam-se...
Ora, são gestos abruptos e ferinos
Mas fingem que há quem se importe.

Corre, examina o ressoar dos sinos:
- Salvam-se loucos, salvam-se...
Pois se apoiam em laços muito finos
Que não sustentam nem o próprio porte.

Para, quem corre agora é o ressoar dos sinos:
- Salve-se, salve-se, salve-se, salve-se...
O tempo dobra, o olhar não volta, é desatino!
E abandona todos, poucos, loucos à própria sorte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário