segunda-feira, 2 de junho de 2014

tempo-matéria


Certa vez, eu quis que o destino me fosse favorável
E pedi que o tempo parasse por um instante
Mas como pode um ser tão irrelevante
Obter dos céus tal graça inalcançável?

A decepção marcada em meu rosto
Deu-me a força necessária para o desapego
Você, porém, ainda quer insistir no desassossego
De querer que o tempo não lhe cause o menor desgosto

Não vê que só ao Eterno pertence tão grande privilégio?
Compreende então a dimensão do seu sacrilégio
Aquieta e espera, sem rumo, sem fé, sem norte
E compreende os escritos da nossa sorte

Que, cruel, o tempo preza pela hora
A linearidade dos ponteiros do agora
Abraça a percepção de que ele nunca passa
E entende de uma vez que não há quem o desfaça.

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