domingo, 15 de julho de 2012




Com os dedos suspensos no ar, à espera de uma palavra que o alimentasse. Era assim que ele seguia, andando pelos cantos da forma estranha e habitual. Estava acostumado a observar, embora se proclamasse desligado. Analisava sorrisos e tentava entender o porquê das pessoas serem fascinantes e simplórias. Gostava do que era conceitual, mas a praticidade também o atraía. Tentava entender o que havia por trás de tantos gestos tão cheios de significado. E a vida dele era essa: viver escorado em armários, dizendo palavras que ela jamais ouviria. Sentia-se patético. Perdido. E solitário. Cansava de entender o mundo e seus sinais errados. Alguém poderia dizer para ele desistir, não? Assim ele se sentiria melhor. Não havia ninguém. O frio do quarto o abrigava, mas os dedos - agora inertes - pendiam diante de um doce som de desgosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário